O compromisso recíproco para a construção da Linha Ferroviária Transcontinental, que interliga Brasil e Peru a partir do Acre, foi tema de um encontro, na manhã desta quinta-feira, entre o embaixador peruano Jorge Bayona Medina e a deputada Perpétua Almeida (PCdoB) na Presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara Federal.
A integração fronteiriça nesses moldes está contemplada num Protocolo de Intenções a cooperação assinado pelos então presidentes Lula e Alejandro Toledo, em 2009, durante missão diplomática no Acre, coordenada pelo, á época, presidente da Assembléia Legislativa, Edvaldo Magalhães, tendo garantido a inclusão da proposta na agenda dos dois presidentes.
A retomada do acordo e a tentativa de acelerar as obras trarão ao Acre autoridades dos dois países durante reunião ampliada, em Cruzeiro do Sul, prevista para o dia 25 de maio próximo, organizada pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, presidida pela deputada acreana.
Perpétua lembrou a “intensa luta política do Estado do Acre pela integração transfronteiriça com o eixo Vale do Juruá-Ucayali - uma meta que o governo brasileiro adotou como núcleo de sua política externa para efetivar a integração com os nossos vizinhos e irmãos latino-americanos”, disse ela. ”Porém, é essencialmente importante que os negócios formalizados entre Brasil e peru aconteçam nos dois sentidos”, defendeu a deputada.
Em abril do ano passado, os governadores Tião Viana (Acre) e Jorge Velasques (Ucayali), durante ato em Rio Branco, expuseram o projeto a uma missão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) para tratar do financiamento dos estudos de viabilidade da conexão ferroviária.
O embaixador Jorge Medina adiantou que o governo peruano mantém o esforço mútuo para concretizar o projeto. “Muito nos interessa que o intercâmbio seja breve, progressista e íntegro, como tem sido as relações com o seu país”, disse ele á deputada.
Para o encontro em Cruzeiro do Sul, informa a deputada acreana, serão convidados representantes do setor produtivo no estado, parlamentares, comerciantes, industriários, prefeitos e sociedade civil da região do Juruá.
A ferrovia tem um grande apelo turístico e, sobretudo, comercial. Ligará o Rio de Janeiro a Ucaially, passando por Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás Mato Grosso, Rondônia e Acre, cujos trechos por onde passarão os trilhos da ferrovia ficam entre Uruaçu (GO) e Vilhena (RO), numa extensão de 1.500 km, até chegar na divisa do Brasil com o Peru, passando por Porto Velho (RO), Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC).
A viabilidade comercial do intercâmbio Brasil-Peru a partir do Acre ficou comprovada com importação de produtos hortifrutigranjeiros - um volume de 24 toneladas – intermediada pela Assembléia Legislativa junto a empresários acreanos e peruanos.
Da Assessoria da Deputada Perpétua Almeida
Da Redação: A primeira avaliação que tem que ser feita é o impacto ambiental que uma construção deste porte trará ao meio-ambiente. Depois teremos que avaliar as condições para a construção de uma estrada de ferro... Todos lembram das dificuldades para construir a BR364, segundo alega o governo as dificuldades técnicas são imensas e dispendiosas. Construir uma ferrovia é muito mais difícil e exige muito mais qualificação técnica do que construir uma estrada. Temos que avaliar também que benefícios, descontando os delírios oficiais do Governo do Acre, esta ferrovia poderá trazer para o Acre e por que não para o Brasil. O tráfico de drogas é muito grande na região e isso causará enormes transtornos... Não podemos ficar apegados à delírios e interesses espúrios... É preciso avaliar com clareza e frieza.