Um Governo de cimento, tijolo e ferro



Do site AcreAlerta

Em 15/06 o Acre comemou 50 anos de autonomia política. Mas o que temos a comemorar?

O Acre é de longe o Estado mais pobre da Amazônia, com mais de 60% da população situada na pobreza e miséria.

Tudo que se consome no Acre é importado de outros estados da federação, gerando emprego e renda longe das terras de Galvez.

No Acre real, os bilhões investidos nos últimos 13 anos, captados principalmente através de financiamento, somente contribuíram com o aumento do fosso entre ricos e pobres.

É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, a renda média mensal familiar per capita dos 10% da população mais pobre do Acre, é a menor da região norte. Trocando em miúdos, os pobres daqui são os mais pobres da região. Já quando analisamos os 10% da população mais rica do Acre, observa-se que estes lideram o ranking dos mais ricos da região.

Para se ter uma ideia do poder aquisitivo dos "novos ricos" acreanos, enquanto a renda média familiar per capita dos 10% da população mais rica de Rondônia é de R$ 2.582,06, no Acre a renda média familiar per capita dos 10% mais afortunados é de R$ 3.851,26 (49,15% maior), superando inclusive a média nacional que é de R$ 3.293,08.

O que isso significa em termos práticos? A riqueza está se concentrando em poucas mãos e a desigualdade social crescendo assustadoramente no Acre, resultado inverso aos ideais e princípios de sustentabilidade que um dia nortearam o grupo político que ainda comanda os destinos do Estado.

Enquanto o povo padece na miséria, sem emprego e sem perspectivas, o governo insiste em propalar os avanços e os bilhões gastos em cimento, tijolo e ferro.

Um governo que usa o nome do povo como estratégia de marketing em seu slogan e em nomes de vários programas (Ruas do Povo, Cidade do Povo) parece não se importar com as reais mazelas da população acreana, mas apenas com a manutenção do poder e de seus aliados mais próximos, empreiteiros, empresários e políticos que se curvam em troca do livre acesso e permanência nas minas inesgotáveis dos cofres públicos.

O governo que insiste em alardear os milagres de um desenvolvimento de fábulas vistas apenas num Acre virtual.

Onde estão os resultados sociais de 13 anos de poder e endividamento do Estado?

Onde estão os 40 mil empregos prometidos? Distribuídos entre seus parentes, em dezenas de atos imorais de nepotismo direto e cruzado!

Em que unidade hospitalar o povo pode acessar a prometida saúde de primeiro mundo?

Se não bastasse, o que dizer então sobre o paradeiro do melhor lugar para se viver na Amazônia?

Agora, no cinquentenário do Acre, as promessas são outras, mas os objetivos são os mesmos. O governo novamente esquece os anseios básicos do povo e investe pesado em programas literalmente eleitoreiros, erguidos a base de cimento, tijolo e ferro, mascadamente em nome do povo.

Com sua galinha dos ovos de ouro (BR-364) entrando em final de postura, a ordem para acomodar os empreiteiros e principais financiadores de suas campanhas é investir pesado no “Programa Ruas do Povo” e na “Cidade do Povo”, nomes estes que poderiam ser facilmente adaptados para “Ruas dos empreiteiros” e “Cidade dos Empreiteiros”.

O que temos a comemorar? Onde estão nossos heróis e a brava gente acreana? Até quando a política da perseguição e do medo vai imperar no Acre?

O que temos a comemorar...
O POVO DO ACRE QUER SEU HORÁRIO DE VOLTA!

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