A desconstrução de Lula
Nos últimos dez anos, faltou à oposição um discurso que obtivesse ressonância social e eleitoral. A dureza com que o STF (Supremo Tribunal Federal) vem julgando o mensalão forneceu base material inédita ao PSDB para desgastar o PT e a sua principal liderança, Luiz Inácio Lula da Silva.
Quando o PT assumiu o poder em 2003, o discurso da "herança maldita" serviu com eficiência à desconstrução do governo de Fernando Henrique Cardoso --sobretudo do segundo mandato do tucano.
Em 2005, o mensalão afetou a popularidade de Lula, então na Presidência. Mas o petista se recuperou e se reelegeu no ano seguinte. A denúncia do mensalão só foi apresentada ao Supremo em 2007. De lá pra cá, o PT combateu o mensalão dizendo que ele não existira e que havia sido uma fracassada tentativa de golpe.
No momento, um Supremo que tem 8 de 11 ministros indicados por presidentes petistas, diz que o mensalão existiu. O tribunal afirma que houve desvio de dinheiro público. O STF aponta fraudes em empréstimos ao partido e a empresas de Marcos Valério.
Pior: o Supremo já condenou dois petistas e caminha para condenar mais integrantes do partido. As penas tendem a resultar em tempo na cadeia por corrupção.
Os dois mandatos de Lula são maiores do que o escândalo do mensalão. Mas o erro do PT ao subestimar e minimizar o caso cobra tardiamente um preço alto. A decisão do Supremo abriu o caminho para que a oposição dê início a uma desconstrução de Lula que pode ter êxito. Uma evidência é a dificuldade dos candidatos petistas nas eleições municipais para explicar o mensalão e crescer nas pesquisas de intenção de voto.
Destinos ligados
A presidente Dilma tem se dito preocupada com o humor de Lula. Ao avalizar a nota de seis partidos governistas em defesa do ex-presidente, ela dá respaldo ao antecessor numa hora difícil. Também faz um movimento de autopreservação. O eventual sucesso da desconstrução de Lula poderia atingir Dilma, a principal ministra do seu segundo mandato. Há temor no Palácio do Planalto de eventuais reflexos negativos na eleição presidencial de 2014, como o estímulo a uma candidatura presidencial do PSB, por exemplo.
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