Eleições. O grande teatro da empulhação.

Valterlucio Bessa Campelo

Começou. 


De agora até outubro só ouviremos falar de eleições. Debates na TV, campanha na rua, panfletagem, gente enchendo o saco e muita, muita mentira, dissimulação, oportunismo e cara de pau. Frequentará igrejas quem nunca se ajoelhou para fazer uma oração, prometerá melhor educação quem só acredita no esperteza pra ter sucesso na vida, garantirá saúde de qualidade quem jamais botou os pés em um pronto socorro, se dirá honesto quem enriqueceu comendo beiradas de licitações públicas e apadrinhando parentes em cargos públicos, se mostrará competente quem jamais arriscou um centavo do próprio bolso, exibirá programas de governo quem nunca deu valor ao planejamento, se comprometerá com a democracia quem trata a todos sob o chicote, fingirá humildade quem quase se afoga na arrogância. Campanhas eleitorais, todas elas, são sempre um espetáculo de fingimento, falsidade e oportunismo.

Além de tudo isso, eleições são gastos de dinheiro que não pertence a nenhum candidato. Dinheiro que pertence ao povo e deles é arrancado sob as mais variadas formas. Dinheiro que foi juntado ao longo do tempo em licitações fraudulentas ou obtido pela cobrança antecipada de favores a empresários que mais tarde definirão tarifas, preços e alíquotas. Aquilo que pela TV assistimos fazer o Raul Filho, prefeito de Palmas, é quase uma praxe.

Além da combinação de farsa ideológica e dinheiros mal juntados, eleições são também o espetáculo da traição. Gente que ontem lambia os pés de fulano hoje lhe aponta o dedo solenemente como se não tivesse feito parte do botim. Gente que sem beltrano não teria saido do zero na política hoje lhe volta as costas como se descobrisse de uma hora pra outra o próprio engano.

Além de farsa ideológica, gasto de dinheiros mal juntados e traição, eleições são também o espetáculo da comunicação. Cada vez mais as campanhas se concentram nos programas de rádio e de tv, nas mídias eletrônicas e, ultimamente, nas redes sociais. Os marqueteiros tem a dura missão de transformar toupeiras em figuras carismáticas.

É o que teremos. E ainda assim é o melhor que podemos ter. Ou não?
O POVO DO ACRE QUER SEU HORÁRIO DE VOLTA!

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