Quem acompanha de perto a campanha política para prefeitura de Rio Branco, aguardava ansiosamente por esse primeiro e verdadeiro debate de segundo turno, exibido ontem pela TV Gazeta. Todos queriam ver a desenvoltura dos candidatos; como se sairiam depois dos números da primeira votação.
Marcus Alexandre, apresentado como “o novo”, não trouxe nenhuma surpresa: parecia o mesmo candidato robotizado, com respostas prontas e previsíveis, como que saídas de uma cartilha meticulosamente decorada. O gesticular duro das mãos, o sorriso forçado ao final de cada resposta e as tentativas de parecer engraçado mostrou seu enorme esforço para transformar-se num candidato apresentável, deglutível. Para Alexandre, todo mundo é amigo do Acre: Lula, Dilma, até o ministro da saúde que ninguém conhece por aqui. Houve quem dissesse nas redes sociais, que o candidato do PT parecia repetir um mantra, sem graça e infinito, mantra esse que, por diversas vezes, extrapolou o limite de tempo de suas falas.
Bocalom, ao contrário, se apresentou de forma muito diferente: mais leve, conseguiu apresentar suas propostas para todos os temas que foram discutidos, considerando aspectos importantes e que precisavam ser discutidos de forma clara e objetiva, sem ressentimentos. Além disso, pode elaborar respostas extremamente adequadas para as “pegadinhas” de seu opositor. O ponto alto de sua apresentação se deu ao dizer claramente que não pesa sobre si nenhuma denúncia por corrupção ou improbidade administrativa, ao contrário do candidato petista que não pode afirmar o mesmo. O certo é que, dessa vez, o tempo não foi um inimigo de Bocalom, já que todas as suas falas se concluíram dentro dos tempos estabelecidos.
Mas, há uma semelhança entre Bocalom e Marcus Alexandre, semelhança essa que, paradoxalmente, também os distingue bastante: ambos são bastante repetitivos. Bocalom, por mais que tentasse, não conseguiu eliminar de seu discurso a citação à cidade de Acrelândia. Por outro, é bom que se diga, Tião fala de suas experiências pessoais como administrador, daquilo que deu certo e do que, por algum motivo, não funcionou em sua administração. Que Bocalom foi um bom prefeito no interior, isso ninguém pode negar.
Como em debates anteriores, Marcus Alexandre também repete, mas fala do que não conhece, do que não viveu, do que não administrou ou do que apenas decorou, pois suas experiências referem-se apenas às “maravilhosas” conquistas de seu pretenso antecessor, o prefeito Raimundo Angelim”.
O certo é que esse debate confirmou, de fato, quem é cada um. De um lado, um discurso bonito e decorado. Do outro, uma voz mais popular, que deseja mudança e melhorias. Espero que quem assistiu, tenha percebido isso.
O autor solicitou que seu nome fosse mantido em sigilo.
Informações: Acrealerta